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sábado, 24 de março de 2012

CRÍTICAS A LEI QUE PROÍBE MATERIAIS CONTRA HOMOFOBIA


Nesta quarta-feira, dia 21, foi republicado o Projeto de Lei nº 1082/2011, de autoria de Carlos Bolsonaro, com a seguinte Ementa:

VEDA A DISTRIBUIÇÃO, EXPOSIÇÃO E DIVULGAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO CONTENDO ORIENTAÇÕES SOBRE A DIVERSIDADE SEXUAL NOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO FUNDAMENTAL E DE EDUCAÇÃO INFANTIL DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

Ao iniciar a leitura da Constituição em seus Princípios Fundamentais, deparamo-nos com um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil que é promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Impende observar que, esta previsão consta no Preâmbulo da Constituição, no qual se deve assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias.

Especificamente quando o texto constitucional trata de educação, informa que é direito de todos e dever do Estado e da família promover e incentivar, com a colaboração da sociedade, o pleno desenvolvimento da pessoa e seu preparo para o exercício da cidadania.

Por fim, o texto constitucional prevê que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à educação, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, violência e opressão.

Por todos estes argumentos constitucionais, é inequívoco que o citado projeto de lei da municipalidade fluminense está eivado de vícios de constitucionalidade, pois fere de morte o direito que as crianças e os adolescentes têm de crescerem com informações responsáveis sobre a odiosa intolerância e violência físico-psicológica que permeia as mentes mais engessadas no tema democracia.

A discussão sobre a temática das questões sobre diversidade sexual elaborada através de contextos escolares-educacionais será um grande avanço para garantir a informação segura e responsável aos estudantes da rede pública, dando visibilidade para as novas relações, para os laços sociais e para as novas configurações familiares existentes na contemporaneidade.

A chave para se abrir qualquer porta para ter acesso à felicidade plena é a educação e o respeito à diversidade do ser humano. Os políticos em suas campanhas eleitorais sempre dizem que farão justiça, todavia,  estes políticos estão plantando e construindo o preconceito e o ódio à diversidade do ser humano na mente da sociedade, certamente estarão fazendo um nítido desserviço, esquivando pelas ações e omissões de apresentar valores fortes e reais, condizente com a sociedade atual, viva e não com o mundo defasado e fantasiado. 

Por tudo isto, a releitura de valores sociais são importantíssimos desde infância, devendo ser respeitados e implementados os comandos Constitucionais para que nossas crianças e adolescentes não somente ouçam falar sobre a palavra democracia, mas a vivam e a pratiquem diariamente, pois somente com a construção da informação, é que haverá a desconstrução do preconceito.


Fonte: OAB RJ DIGITAL
Por: Flavio de Melo Fahur -  membro da Comissão de Direito Homoafetivo da OAB/RJ.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Professor da PUC deve respeitar doutrinas da Igreja, afirma bispo


Para d. Bergonzini, docentes a favor da descriminalização do aborto não deveriam lecionar


O bispo emérito de Guarulhos, d. Luiz Gonzaga Bergonzini, de 75 anos, defendeu que professores que tenham ideias contrárias às da Igreja Católica não devem lecionar na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Para ele, docentes favoráveis à descriminalização de aborto, eutanásia, maconha e mantêm "ideologia homossexual" ou são "comunistas" deveriam procurar outra instituição.
D. Luiz é conhecido por opiniões conservadoras em relação a esses temas. Na eleição presidencial passada, foi ele quem "recomendou" a eleitores que não votassem em Dilma Rousseff (PT) porque ela seria favorável à descriminalização do aborto.
As declarações sobre os professores foram feitas no blog do bispo no dia 3. Sob o título "Graças a Deus, a PUC não é uma ‘progressista universidade comunista’!", o clérigo defende que a instituição siga os mandamentos religiosos. "Se a PUC é da Igreja Católica, deve seguir o Evangelho e a moral cristã. Não pode ter em seu corpo docente professores contrariando os ensinamentos da Igreja Católica."
Ele cobra que a direção da PUC tome "providências" para que os "princípios cristãos e o catolicismo sejam respeitados".
Liberdade. O bispo cita o jornalista e professor Leonardo Sakamoto e o acusa de propagar "a liberação do aborto". Sakamoto conta que foram os alunos que lhe mostraram as críticas. "Eu achei até muito divertido", diz ele. "Quando se defende direitos humanos, liberdade de expressão, acabamos criticados. Eu defendo que ele continue com o direito de defender sua opinião, mas essa posição mostra que ele quer evitar que o outro continue falando", completa.
Em resposta no seu blog, Sakamoto convoca o bispo para um debate sobre o tema. Segundo ele, a PUC-SP sempre respeitou suas posições e a liberdade de ele continuar a expressá-la.
A presidente da Associação dos Docentes da PUC-SP (AproPUC), Maria Beatriz Costa Abramides, ressalta que nunca houve represálias da universidade em relação a esses temas. "Sempre lutamos por uma universidade laica e plural. Temos de defender pesquisa, investigação e conhecimento voltados para os interesses da população, não ligados a uma religião.
Estudantes não são poupados pelo bispo. "Os alunos que prestam vestibular para a PUC já sabem que ela obedece aos princípios do catolicismo. (...) Eles estão obrigados a cumprir as regras", afirmou o clérigo no texto, que gerou polêmica. "Antes de servir à Igreja, a PUC tem de servir à sociedade e privilegiar os debates e a formação de cidadãos", disse o vice-presidente do Centro Acadêmico de Economia, Guilherme Bertoldi.
Procurada para comentar, a PUC informou que o reitor, Dirceu de Melo, estava fora da universidade. A reportagem não conseguiu falar com d. Luiz, que não atendeu às ligações e não respondeu ao e-mail.
Fonte: Paulo Saldaña - O Estado de S.Paulo

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quarta-feira, 21 de março de 2012

HOMOSSEXUALIDADE - O ÚLTIMO TABU AFRICANO

O pior é constatar que essa revoltante violação aos direitos humanos ocorrem por conta da mais pura ignorância pautada em crendices religiosas e leituras distorcidas da realidade do outro:

Publicado originalmente em www.nossostons.com

"O vídeo que trago hoje, mostra bem como funciona a homofobia na África. As cenas são chocantes e mostram homossexuais sendo presos, perseguidos e agredidos.

A perseguição a cidadãos e cidadãs LGBTs na África aumenta a cada dia, e é impulsionada por pregadores fundamentalistas, intolerantes e políticos homofóbicos. No continente africano LGBTs são diariamente presos, torturados e até mortos.

Essa crescente onda de homofobia vem num momento em que gays na África estão se expressando mais abertamente, solicitando maior atenção da mídia e mais debates sobre a homossexualidade. O rápido crescimento do islamismo e do cristianismo evangélico, que tanto defendem pontos de vista conservadores sobre os valores da família e do casamento, têm persuadido os africanos de que a homossexualidade não deve ser tolerada em suas sociedades."




NOBEL DA PAZ DEFENDE PRISÃO PARA GAYS NA LIBÉRIA


 “Temos certos valores em nossa sociedade que gostaríamos de preservar”, afirmou a presidente ao lado de Tony Blair

MONRÓVIA - Acompanhada do ex-premiê britânico Tony Blair, a Prêmio Nobel da Paz de 2011 e presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, defendeu a legislação que pune a homossexualidade com cadeia em seu país. Imediatamente questionado sobre sua opinião a respeito da declaração da liberiana, de modo seco, Blair recusou-se a comentar o assunto.
"Temos certos valores tradicionais em nossa sociedade que gostaríamos de preservar", afirmou Ellen durante uma entrevista cujovídeo foi divulgado nesta segunda-feira, 19, pelo site do jornal britânico The Guardian. Ela dividiu, em reconhecimento à sua defesa dos direitos das mulheres, o Nobel da Paz do ano passado com a também liberiana Leymah Gbowee e a "mãe da revolução" iemenita Tawakkol Karman.
Ao ser questionada se assinaria alguma proposta que descriminalize o homossexualismo, a resposta da presidente foi negativa. "Já tomei uma posição sobre isso. Não assinarei essa lei ou nenhuma lei que tenha a ver com essa área, de maneira nenhuma. Gostamos de nós mesmos exatamente da maneira que somos."
'Sodomia voluntária'
A Justiça da Libéria pune a "sodomia voluntária" com até 1 ano de prisão. Dois projetos de lei em tramitação propõem sentenças mais duras contra os gays, obrigados a esconder a homossexualidade para viver tranquilamente na sociedade liberiana.
Após ouvir as respostas da presidente, a repórter do Guardian pressionou Blair, que visita a Libéria em nome da ONG Iniciativa de Governança da África – fundada pelo ex-premiê para fomentar "de serviços públicos e desenvolvimento rural a infraestrutura e criação de empregos" no continente – a fazer um comentário.
"Uma das vantagens de fazer o que estou fazendo agora é que eu posso escolher os assuntos que abordo e os assuntos que evito. Para nós, as prioridades são a respeito de energia, estradas, criação de empregos", afirmou o ex-premiê, que durante seus dez anos à frente do governo britânico defendeu os direitos dos homossexuais em seu país, apoiando leis que beneficiaram a comunidade gay com a regulamentação da união civil entre pessoas do mesmo sexo e a inclusão nas Forças Armadas, por exemplo.
"Não estou dizendo que esse assunto não é importante. Mas a presidente já deu sua posição. E esse (assunto) não cabe a mim." A repórter insistiu na pergunta, questionando se boa governança não tem a ver com direitos individuais. Blair respondeu que aquela não era a primeira vez que encarava "esse tipo" de entrevista. "Não darei a você uma resposta sobre isso."
Pouco depois, a presidente interrompeu a entrevista, explicando que não é função da ONG de Blair tratar dos direitos dos homossexuais.

domingo, 18 de março de 2012

CAPITÃO DE CORVETA DA MARINHA LARGOU TUDO PARA SER MULHER


O desejo que se expandia no coração do oficial da Marinha não tinha uma forma definida. Apesar disso, quando criança, ele se olhava no espelho e via, no rosto masculinizado, um conjunto de ângulos retos como os cantos da moldura. Entrou para as Forças Armadas, fez polo aquático, casou, teve um filho, mas, no meio do caminho, já adulto, a vontade de ser mulher foi preenchendo-o lentamente, como num exercício de caligrafia. Dos hormônios e das operações (inclusive a de mudança de sexo em 2010), surgiu Bianca, de curvas acentuadas pelo corpo.
Faz três semanas, Bianca aguardava a chegada de seus ex-comandantes da Marinha, para uma audiência no corredor do 8andar de um prédio da Justiça Federal. Era um dia de calor intenso, e ela estava com óculos escuros, uma saia preta e uma blusa aberta nas costas e nos ombros.
No lugar de medalhas, ostentava “heroicamente” 300 mililitros de silicone em cada peito; tinha próteses nas panturrilhas; o nariz estava menos abatatado; o lábio superior fora levemente repuxado; e os cabelos lisos, caprichosamente esculpidos numa longa sessão de cabeleireiro no dia anterior. O aroma adocicado do seu Florata in Gold em nada lembrava o cheiro do marinheiro desbravando os mares.
Quando saiu do elevador devidamente fardado e avistou o ex-subordinado, o diretor de Saúde na Marinha, o vice-almirante Edson Baltar, não conseguiu disfarçar a surpresa, como se dissesse: “É você?”
A audiência foi a primeira do processo que a capitão, de 40 anos, move contra a Força à qual serviu desde os 15 anos. Em 2008, ao procurar seus comandantes e avisar que estava tomando hormônios femininos havia um ano, Bianca foi pivô de um escândalo de deixar o Almirante Tamandaré remexendo-se no túmulo. Em dois meses, foi reformada com vencimentos reduzidos. Às pressas. A Marinha a considerou capaz para trabalhar, mas incapaz para continuar em suas funções na Escola Naval. Nos tribunais, Bianca busca indenização e soldos integrais.
— A incapacidade de voltar à carreira militar é da Marinha em me receber e não minha de retornar — diz ela.
Olhares desconfiados Na véspera da audiência, a ex-oficial entra num bar da Praia de São Francisco, em Niterói, senta-se numa das mesas em que o repórter a aguardava e pede um refrigerante light. O sol de fim de tarde ainda é forte e, ao rebater nas folhas das palmeiras, projeta no rosto de Bianca diferentes formas geométricas. Embora disfarcem, os garçons a observam desconfiados, a ponto de ela se incomodar. Quase vai tirar satisfações. Em vez disso, diz, num tom profético, como se desvendasse a mandala de luz em sua face:
—Tenho uma previsão: ainda vou ser muito feliz.
Até 2006, o conceito de felicidade era ser um bom marido, um pai atencioso e um comandante responsável pela formação de 500 aspirantes na Escola Naval. Mas, naquele ano, Bianca decidiu tornar público para os familiares uma situação que vinha se arrastando na clandestinidade. Algumas vezes acompanhada pela ex-mulher, o oficial já participava de concursos num badalado clube GLS. Foi Miss Gay 2006. A família ficou horrorizada. A mãe passou a tratá-la como uma “aberração”. Pressionada pelos parentes, a companheira — ciente há anos da situação — pediu a separação. Os militares só saberiam dois anos depois.
A ex-mulher de Bianca tentou, então, impedir que ela visse o filho, de 7 anos. Alegou que o garoto poderia virar homossexual. Mas Bianca procurou a Justiça, e o juiz garantiu-lhe todos os diretos de “pai”. Em público, o menino a chama de mãe. Parece não julgá-la. E isso dá a certeza a Bianca de que, seja qual for a forma que ela tiver, o coração ainda continuará sendo o vértice de tudo.
Fonte: Jornal Extra

sábado, 17 de março de 2012

ITÁLIA APLAUDE O AMOR EM PLENA CATEDRAL DE BOLONHA

A hipocrisia italiana se rende e aplaude o AMOR!
Assista o vídeo emocionado de Marco Alemanno  lendo "Le Rondini " e levando a Itália aos prantos em meio aplausos. 

LUCIO DALLA SAI DO ARMÁRIO DEPOIS DE MORTO E AFRONTA A HIPOCRISIA ITALIANA
Por Tony Goes

Lucio Dalla não era conhecidíssimo no Brasil. "Caruso", sua canção mais famosa, até que fez bastante sucesso por aqui no começo dos anos 90, em sua própria voz ou na de Luciano Pavarotti. Também era o autor de "Gesù Bambino", que ganhou uma versão em português, "Minha História", assinada por seu amigo Chico Buarque.
Apesar disto, sua morte súbita na semana passada, a três dias de completar 69 anos, não mereceu muito destaque na imprensa brasileira.
Já na Itália não se fala em outra coisa. Dalla tinha entre seus conterrâneos o mesmo status que Chico tem por aqui. Seu desaparecimento já seria comoção suficiente para parar o país. Mas aí estourou um escândalo, e bem no dia de seu funeral na catedral de Bolonha, sua cidade natal. Lucio Dalla era gay.
Um único leigo falou durante a missa: o ator e poeta Marco Alemanno, de 32 anos. Primeiro o rapaz recitou a letra de "Le Rondini" ("As Andorinhas"), um dos muitos hits do falecido. Depois disse que havia crescido ao lado dele, e o agradeceu por tudo que ele lhe deu e ainda dá. E então rompeu num pranto convulso, enquanto que os padres ao fundo faziam cara de pôquer.
Coube à jornalista Lucia Annunziata, uma das mais respeitadas da Itália, colocar os pingos nos i em seu programa de TV. "O funeral de Lucio Dalla é um dos exemplos mais fortes do que significa ser gay na Itália. Você vai à igreja, fazem os seus funerais e o enterram no rito católico. Basta você não dizer que é gay. É o símbolo do que somos. Há permissividade, contanto que olhemos para o outro lado".
A homossexualidade de Dalla não era exatamente um segredo guardado a sete chaves. Muita gente sabia. Simplesmente não se comentava. O próprio Dalla jamais veio a público para dizer se gostava disto ou daquilo, mas também não se escondia. Foi visto constantemente na companhia de Alemanno ao longo dos últimos dez anos.
Mas as palavras de Annunciata tiveram repercussão imediata, para o bem e para o mal. 

Muita gente concordou com ela: de fato, a Itália é o país mais atrasado da Europa Ocidental em termos de direitos igualitários. Enquanto que os também católicos Espanha e Portugal já legalizaram o casamento gay, na Itália não existe sequer a união civil entre pessoas do mesmo sexo. A influência avassaladora da Igreja vai muito além dos muros do Vaticano.
A jornalista também está sendo acusada de arrancar o compositor à força do armário, quando ele não está mais aqui "para se defender". O próprio empresário de Dalla correu para dizer que Alemanno era só um bom amigo, e que a moça vista ao seu lado durante o serviço fúnebre é sua "companheira".

Querendo ou não, o fato é que Dalla provocou, depois de morto, uma discussão muitíssimo necessária em seu país. A Itália tem uma relação hipócrita com seus gays e lésbicas: "vocês podem tudo, contanto que jamais se assumam à luz do dia". Aliás, essa hipocrisia se estende a muitos outros aspectos da vida cotidiana.
E é parecidíssima, obviamente, com a que vigora no Brasil. Por aqui, volta e meia morre uma celebridade que vivia sua sexualidade na sombra, e ai daquele que comentar em voz alta as preferências do morto: estará lhe ofendendo a honra.

Lucio Dalla vinha de uma geração que aprendeu que ser gay era crime, e morava num país onde seu amor era considerado pecado mortal. Enquanto vivo, preferiu não se expor nem levantar bandeiras. Mas agora, seja lá onde estiver, duvido que não ache graça dessa polêmica toda. Era um grande artista, e os artistas amam a liberdade.
Fonte:F5-Folha Uol 



terça-feira, 13 de março de 2012

PARTICIPE DA LUTA PELA DEMOCRACIA E PLENA CIDADANIA!!!


Se você é a favor do Estado laico e concorda em não permitir a alteração do Artigo 103 da Constituição Federal pela Pec 99 , junte-se à milhões de brasileiros e brasileiras para manifestar-se em defesa e garantia da laicidade do estado, materializando neste ato o desejo de um povo livre, em uma sociedade democrática onde ninguém será privado de direitos e liberdades individuais por motivo de crença religiosa, de convicção filosófica ou política.

O Brasil é um Estado laico e não se confunde com qualquer instituição religiosa; não institui uma religião oficial; não oferece privilégios a determinada religião em detrimento das demais e, principalmente, não utiliza de fundamentações religiosas para definir os rumos políticos e jurídicos da nação!!!!
 



Antecederá a MARCHA PELO ESTADO LAICO os seguintes eventos:
03 de Abril às 18:00 hs - Debate: O ESTADO É LAICO?
Salão Nobre do IFCS - Lgo de São Francisco nº 1 Centro - RJ
10 de Abril - ATO PÚBLICO - 15:00 hs na Cinelândia- Centro RJ


ENTENDA MAIS SOBRE A IMPRESCINDÍVEL GARANTIA DE UM ESTADO LAICO:


- CONCEITO E RELEVÂNCIA DO ESTADO LAICO


A laicidade do estado preconiza o respeito e apoio a todas às religiões e também à não crença religiosa, portanto, não privilegia nenhuma religião específica , o ateísmo ou o agnosticismo.
Um outro aspecto que define a laicidade do estado é a garantia de que as leis e políticas públicas de um país não sejam influenciadas ou impostas pelas religiões, mas sim pela decisão popular, o que viabiliza e legitima a liberdade ideológica, a democracia e a plena cidadania.


- AS CONTROVÉRSIAS


A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 19 determina que “O Brasil é um ESTADO LAICO e não se confunde com qualquer instituição religiosa; não institui uma religião oficial; não oferece privilégios a determinada religião em detrimento das demais e, principalmente, não utiliza de fundamentações religiosas para definir os rumos políticos e jurídicos da nação.”
Apesar disso, encontramos em nossa sociedade diversas barreiras para que a laicidade seja garantida em toda sua amplitude: Símbolos religiosos em órgãos públicos, ensino religioso nas escolas, juramentos sob a bíblia nos julgamentos judiciais, verbas consideráveis pagas por nós cidadãos para financiamento de eventos religiosos, Frentes parlamentares e partidos políticos cristãos... obviamente privilegiando religiões cristãs em detrimento das mais diversas crenças e não crenças de nosso povo.


- O RETROCESSO E SUAS CONSEQUÊNCIAS


Recentemente a Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional deliberou por apresentar um Projeto de Emenda Constitucional ( PEC 99) objetivando inserir Associações Religiosas de caráter nacional (exemplo: CGADB - Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, CONAMAD - Convenção Nacional das Assembléias de Deus no Brasil Ministério Madureira, CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, Convenção Batista Nacional, Colégio Episcopal da Igreja Metodista, etc.) no rol do art. 103 da Constituição Federal. 
Todos os dias assistimos nos jornais notícias de graves violações aos direitos humanos por líderes religiosos em países fundamentalistas, que governam seus povos cometendo desmandos em nome da soberania religiosa.
Se permitirmos que a PEC 99 seja acatada, estaremos a um passo de que essa seja também uma realidade em nosso país.
Corremos o sério risco de que as liberdades individuais, de pensamento, ideologia, crenças e escolhas sejam gravemente desrespeitadas; que as diferentes expressões de sexualidade e direitos civis sejam dizimados, legitimando a crescente e devastadora homofobia e transfobia que torturam e matam milhares de pessoas anualmente sob a alegação de imoralidade, doença ou pecado; a impossibilidade de realizar transfusões de sangue e pesquisas com células tronco; a violação aos direitos reprodutivos; a liberdade de expressão, manifestação e de culto...
É por isso que convocamos a todos os brasileiros e todas as brasileiras que rejeitem e lutem contra a tirania e opressão ao direito à pluralidade, liberdade e cidadania de nossa nação, já tão massacrada pelas agruras das inquisições, pelos anos de escravidão, pelas censuras, torturas e assassinatos nos porões da ditadura, pela vergonhosa corrupção e lamentável descaso às necessidades e aos direitos humanos que deveriam ser invioláveis.
Não permitamos que a PEC 99 altere nossa Constituição, e, consequentemente, a nossa cidadania!


DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE DIREITOS HUMANOS , ARTIGO 18:

“Todo homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância isolada ou coletivamente, em público ou em particular”.

12/03/2012 - 01h30

Igreja Católica ataca casamento homossexual no Reino Unido

A Igreja Católica do Reino Unido intensificou sua campanha contra a projetada introdução no país de uma lei que legalizará o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Os dois principais arcebispos católicos, Vicent Nichols e Peter Smith, assinaram uma carta que foi lida em 2.500 paróquias, na qual argumentam que a aprovação dessa legislação modificará o significado do casamento como reconhecimento "da complementaridade entre homem e mulher" e seu propósito "para a procriação e educação das crianças".
A carta lembra aos católicos que "têm o dever de fazer todo o possível para garantir que o verdadeiro significado do casamento não se perca para as futuras gerações".
O governo britânico, de coalizão entre conservadores e liberal-democratas, anunciou sua intenção de introduzir uma lei de casamento civil entre homossexuais até 2015 - as "uniões", em que os casais homossexuais adquirem os mesmos direitos que os casais heterossexuais, já são legais -, segundo a qual as instituições religiosas não seriam obrigadas a formalizá-los.
Apesar desta isenção, a Igreja Católica empreendeu uma campanha de conscientização social contra a lei.
Na semana passada, o cardeal Keith O'Brien, líder da Igreja Católica na Escócia, disse que, se o "grotesco" projeto for aprovado, "o Reino Unido seria envergonhado aos olhos do mundo".
O primeiro-ministro do Reino Unido, o conservador David Cameron, é defensor da introdução da lei ao entender que faz parte da modernização de seu partido, depois que os trabalhistas impulsionaram as "uniões" homossexuais em 2005.
No entanto, dentro do Partido Conservador há muita oposição ao projeto, e uma pesquisa publicada neste domingo por "The Sunday Telegraph" indica que mais da metade dos eleitores "tories" indagados também se opõe a ele, frente a 35% que o apoia.
Do total da população, 45% dos indagados aprova o casamento gay, frente a 36% que se opõe, segundo a pesquisa realizado pela empresa ICM para o jornal conservador.
O governo iniciará na próxima semana um processo de consulta pública sobre o anunciado projeto de lei, que gostaria de tramitar no Parlamento antes das próximas eleições gerais, em 2015.

Fonte:Folha Uol

Conferência com João w. Nery


sábado, 10 de março de 2012

Direitos Iguais: nem mais, nem menos



Criado em 30 de agosto de 2011 por Ivone Pita e Wagner Nunes, o grupo Todos contra a homofobia, a lesbofobia e a transfobia conta com mais de 16 mil membros e realiza uma belíssima e essencial militância  no Facebook com o objetivo de combater qualquer forma de discriminação, preconceito e violência às pessoas LGBTs. Há 1 semana o grupo lançou a campanha "Direitos iguais: nem mais, nem menos"
Para participar da campanha basta enviar sua foto ( com o nome que deve constar nela) para ivonerj@hotmail.com .


Envie sua foto e contribua com a luta por uma sociedade mais justa e igualitária!


Confira algumas das centenas de fotos enviadas:









quinta-feira, 8 de março de 2012

Dia Internacional da Mulher


Segundo estatísticas oficiais, a cada dois minutos cinco mulheres são espancadas em nosso país e cerca de 10 mulheres morrem diariamente vítimas de violência doméstica.

As mulheres continuam recebendo salários menores que os dos homens, ainda que exerçam a mesma função e sejam mais qualificadas para o cargo do que eles.

A maioria das mulheres submete-se à jornada dupla de trabalho (em seus empregos e trabalhos domésticos) e, ainda assim, devem permanecer lindas e atraentes para seus maridos, como preconizam as mais diversas revistas femininas espalhadas pelas bancas de jornal.

Mulheres mulatas e negras ainda são publicizadas como cartão postal do Rio de Janeiro para os milhares de turistas que visitam nosso país.

Mulheres lésbicas são frequentemente acusadas de não terem encontrado um homem de “boa pegada” e, lamentavelmente, muitas sofrem estupro corretivo para “aprenderem a ser mulheres”.

Mulheres transexuais muito raramente conseguem emprego, sendo obrigadas a prostituirem-se  para sustentarem a si mesmas e, não raro, a suas famílias. São vistas apenas como objeto de uso, abuso e descarte (leia-se: assassinadas após o ato sexual) enquanto a sociedade hipócrita lança seu habitual olhar de julgamento e desprezo.

Eu poderia dar mais um milhão de motivos para comemorar o dia internacional da mulher com muito orgulho, considerando o fato de eu ser mulher, negra, lésbica e estar aqui, viva e esperançosa por dias melhores. 

Que sejamos respeitadas 
todos os dias de nossas vidas !!!