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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Mudança da Madrinha da Parada Gay de Salvador em 2012


Se, como eu, você também acredita que merecemos ser representad@s por pessoas que declaram respeito e admiração por nós, LGBTs, assine a petição pública que elaborei solicitando ao GGB que repense sua decisão.
Página do evento no facebook: https://www.facebook.com/events/346063438772438


Ao Grupo Gay da Bahia
Neste ato, nós militantes em defesa da plena cidadania e igualdade de direitos LGBTs, envolvidos na luta pelo combate a homofobia e a transfobia, solicitamos ao prof. dr. Luiz Mott e demais representantes do GGB (Grupo Gay da Bahia), pessoas com admirável histórico de luta, de reconhecido esforço e incansáveis na defesa dos direitos humanos dos homossexuais no Brasil, que repensem a escolha da cantora Cláudia Leite para ser a madrinha da 11ª Parada LGBT da Bahia. Como muitos sabem e podem verificar em vídeo amplamente divulgado (http://www.youtube.com/watch?v=MPSlSnS9NYk), durante uma entrevista concedida a um programa de TV em rede nacional, Claudia Leitte e seu marido declararam que NÃO gostariam que o filho fosse gay , mas que fosse MACHO (sic), e embora a cantora tenha buscado retratar-se em seu blog (http://blog.claudialeitte.com.br/2008/11/ensaio-sobre-o-oportunismo/), a retratação apenas reafirmou sua posição diante da questão LGBT, o que nos faz ficar certos de que a cantora não tem nenhum envolvimento com a causa LGBT.
Mesmo desde a data do ocorrido, em 2008, até o ano corrente, 2012, nada se viu por parte da cantora com relação à defesa dos direitos da comunidade LGBT, o que corrobora ainda mais nossa posição contrária a sua eleição como madrinha da Parada. E, falando em eleição, gostaríamos aqui de pedir encarecidamente que nós, abaixo-assinados, fôssemos realmente ouvidos nesta questão, uma vez que somos nós, comunidade LGBT, que cotidianamente enfrentamos discriminação, medo e cerceamento a nossos direitos. E somos nós que ,diariamente, fazemos as Paradas serem o que são, bem como somos nós que elegemos e apoiamos nossos representantes, que contam com nossa admiração e luta, e não cantoras que manifestam homofobia e depois acreditam resolver tudo dizendo que foi apenas uma brincadeira, diminuindo ainda mais a importância de palavras ditas por figuras públicas, em mídias de grande alcance, que sabemos o quanto nos tem sido prejudiciais.
Estamos convencidos de que as pessoas podem rever suas crenças, de que podem mudar suas posturas, mas não repentinamente, não sem provas concretas sobre tal mudança e não apenas tentando anular o que disse antes jogando tudo sob a velha desculpa da brincadeira. Claudia Leite, como qualquer outra pessoa pública que tenha revelado homofobia, será muito bem-vinda à comunidade, mas somente depois de se tornar REALMENTE uma aliada. Antes disso, há muitas outras pessoas públicas que se declaram abertamente a nosso favor, por nossos direitos e não deixam de lutar a nosso lado a cada oportunidade e que, por isso, merecem muito mais uma homenagem como a de ser madrinha de uma Parada LGBT.
Solicitamos que a decisão do renomado e importante GGB que luta pela garantia de direitos LGBT no Brasil seja revista para que não reforcemos comportamentos homofóbicos, dilaceradores do convívio social harmonioso, contra o qual tanto lutamos, causador de esmagador sofrimento social, sobretudo quando justifica a violência contra homossexuais que assola e envergonha nosso país, sendo responsável por tanta intolerância, dores, perdas e desagregações familiares.
Solicitamos que elejam como madrinha da 11ª Parada LGBT da Bahia uma pessoa que de fato represente este movimento, cuja figura pública seja agregadora na luta contra o preconceito e a discriminação que tanto sofremos, que seja um ícone para darmos visibilidade a causa na defesa e garantia de direitos civis LGBT, que seja a figura pública solidária do respeito a vida.
E se eu ainda pudesse ter um filho, eu só iria desejar que ele fosse feliz!
Atenciosamente,
Janaina Sant Anna (facebook.com/janainasantanna  e  @janasantanna1)
e abaixo-assinados: